segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Pensavas

...porque pensava sentir o que escrevia.

Inúmeras vezes trocaram mensagens, todas elas reveladoras de interesse em conhecer, descobrir e aproximar do outro.
Ela tinha olhos cristalinos, ele um olhar sincero mas tímido.
Foi inesperado o interpelar dele para ela. Conheceram-se. Era proibido.

O que restou?
Muitas dúvidas, muitos pensamentos intensificados pelo som da música, muito que ficou por dizer.
Restou carinho e admiração.
Ela diz que foi inesperado, não acreditou naquele desejo, parecia tudo muito rápido para quem não se conhecia. Estranhou mas foi aceitando. Era bom sentir-se assim, eram novas sensações.
Quanto a ele, ainda é um grande mistério. Como surgiu esse desejo, essa paixão. Ninguém se apercebeu, nem mesmo ela. Não queria acreditar.
Eu que estou de fora posso dizer que foi bonito. Ambos cresceram. Ela aprendeu a gostar mais de si e ele também. Ele aprendeu que não se deve dizer o que não se sente, mesmo querendo contrariar o que o coração dita. Ele aprendeu que por mais que digamos que estamos a ser sinceros, há sempre uma brecha, há sempre uma possível escapatória, porque o coração não engana.

Como podemos pensar que sentimos?
20 Maio 2005

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