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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Vem aí um novo...


Vou de mini férias. Que bom!

Deixo-vos um pensamento do Pedro Strecht:

Vive melhor quem ama mais. Adoece menos quem ama mais. Cria, inventa, sonha, cresce, marca, expande, irradia mais ainda todo aquele que se completa a si próprio através do amor que dá e recebe de um outro...
(...) Quem vive melhor a experiência do amor é irremediavelmente mais feliz. E, ao sê-lo, constituirá uma mais adequada e profícua harmonia interior, estando mais facilmente apto a fazê-lo em relação aos outros...


28 Dezembro 2005

Tic Tac

Abriste rápido. Terá sido o desejo ou o nervosismo?
Olho para ti e nunca sei se estás a sorrir ou se é um tique, acto involuntário, que expressas sem te aperceberes.
Quando me vês sorris.
Quando te vejo ri-o.
Vejo em ti a espontaneidade e pureza que eu não tenho. As amarras a que estou presa num quotidiano repetido permitem-me, paralelamente ao teu sorriso aberto, sentir que hoje sou livre. Estás na minha mente. Hoje procuro inspiração em ti.
Aliás, era importante que o fosses para todos. Sabes porquê? Eu digo-te.

Ouves uma música na rádio, gostas dela e qual é o teu ímpeto? Dançar.
Estejas onde estiveres, seja no consultório ou a ver e-mail, seja a almoçar em família, ou na escola, ou no banho e supermercado.
Vem de dentro de ti a "música do coração".
Danças sem pudor, sem preconceitos, como se não houvesse mundo em teu redor.
Eu. Eu observo-te e tento acompanhar-te. Gesticulo timidamente. Olho desconfiada para a multidão e penso que todos devíamos ser como tu: pura.

Hoje vens um pouco triste. Meto conversa contigo e tu encolhida, apenas me olhas...
O que tens? - Pergunto-te preocupada.
Respondes que não consegues contrariar a passagem do tempo. Respondes que és feliz. Que te sentes feliz.
Envoltas num silêncio perturbador deixo-te reflectir. Tento entender o teu olhar. Não sei descrevê-lo. Desculpa.

Partes sem nada dizer e se eras libertação e espontaneidade outrora, hoje representas a prisão dos meus movimentos.
Temos pouco tempo para estar aqui. É necessário este trajecto para que um dia mais tarde possa entender que no teu silêncio, outrora cálido e reconfortante, existem agora palavras sem eco, sem sentido, confusas...

Deixaste de aparecer. Deixaste-me aqui, presa ao tempo de ilusões sem cor.
Deixaste o teu rasto e energia. Eras incansável. Onde estás?

Tic-Tac.
Tic-Tac.
Tic-Tac.

É este o som que dizias ouvir sem fim dentro de ti. E que a cada passo que davas querias pará-lo.
Dizias estar farta, que passava muito rápido...

Estás a tremer de euforia porque parou. "Parou" - dizes-me.
Deixaste de ouvir e agora está tudo mais calmo e saboroso. Fico feliz por ti. Estavas demasiado perturbada.

Tic- Tac.
Tic-Tac.
Tic-Tac.

Ecoam em ti os ponteiros da vida.

Na brevidade de mais um momento, tocas na garganta e sentes o teu coração bater mais rápido que o ponteiro dos segundos e nesse segundo, nesse mesmo segundo parou... quando então, muito baixinho, sussurraste ao meu ouvido:

-"ouvi dizer que a morte está escondida nos relógios". - Chiiiiu!!!

23 Dezembro 2005

Inteligência Emocional (IE)

De acordo com Goleman, algumas habilidades emocionais são consideradas importantes para que uma pessoa alcance os seus objectivos, seja feliz e obtenha sucesso na vida. De entre algumas são citadas o controlo do temperamento, adaptabilidade, persistência, amizade, respeito, amabilidade e empatia.

Goleman apresenta-nos os seguintes níveis de Inteligência Emocional:

1. Auto-conhecimento emocional – Auto consciência: conhecimento que o ser humano tem de si próprio, de seus sentimentos ou intuição. Esta competência é fundamental para que o homem tenha confiança em si (autoconfiança) e conheça os seus pontos fortes e fracos;

2. Controle emocional – Capacidade de gerir os sentimentos: é importante saber lidar com os sentimentos. A pessoa que sabe controlar os seus próprios sentimentos dá-se bem em qualquer ambiente ou em qualquer acto que realize.

3. Auto motivação – Ter vontade de realizar, optimismo: Pôr as emoções ao serviço de uma meta. A pessoa optimista consegue realizar tudo o que planear pois tem consciência que todos os problemas são contornáveis e resolúveis.

4. Reconhecer emoções nos outros – Empatia: saber se colocar no lugar do outro. Perceber o outro. Captar o sentimento do outro. A calma é fundamental para que isso aconteça. Os problemas devem ser resolvidos através do diálogo sincero. As explosões emocionais devem ser evitadas para que não prejudiquem o relacionamento com os outros.

5. Habilidade em relacionamentos inter-pessoais – Aptidão social: a capacidade que a pessoa deve ter para lidar com as emoções do grupo. A arte dos relacionamentos deve-se, em grande parte a saber lidar com as emoções do outro. Saber trabalhar em grupo é fundamental no mundo actual.

São estas as premissas básicas e acessíveis que o autor nos fornece sendo as mesmas facilmente aprendidas e com resultados cientificamente validados pelas múltiplas experiências e estudos realizados pelo autor citado relatadas no seu livro a Inteligência Emocional.

23 Dezembro 2005


(...) Uma das minhas memórias tuas foi quando escrevemos a carta ao Pai Natal. Todos os meninos pediram carros, bonecas, jogos, mas eu pedi uma mochila e um estojo para o ano a seguir poder ir para a escola...
Lembro-me de até me teres levado contigo para comprar os selos.
Curiosamente, o Pai Natal só a mim deixou a prenda no infantário. Acho que tu me disseste que era porque ele não sabia muito bem a minha morada.
... Só alguns anos mais tarde percebi que afinal não tinha sido o Pai Natal a dar-me a tal mochila, mas sim tu.
Não sei se ainda vou a tempo de te agradecer. Foi a minha primeira mochila e ainda me lembro exactamente de como era!...»


16 Dezembro 2005

Dorme bem

Demoraste a abrir e sabes o que isso provocou? Tenho mais sono.
Sinto-me num estado de sono intermédio; o que sentes quando estás na fase inicial de uma hipnose - o sono intermédio; que é o mesmo que estar cheia de sono e os teus olhos de tão vermelhos não conseguirem focar nada em precisão.
Deixa lá o devaneio e diz o que querias dizer.
Faleceu um senhor de 92 anos, com umas orelhas gigantes e um sorriso, o mais maroto que conheci. Trabalhou desde muito novo, acabou a sua vida numa cama de um lar. Ao seu lado um senhor de pele reluzente. Deitado de barriga para cima, o olhar focado no tecto, uns olhos brilhantes. Perguntei-lhe em que pensava. Ele disse: Em nada...
Há quanto tempo está aqui deitado?
"Há um ano"...
A pensar em nada

Beijei-lhe a testa e disse "Bons sonhos meu senhor".

Era já 7 da tarde. Noite. Uma senhora trazia junto ao peito, bem junto a si, um bacio azul. Arrastava o andar. Penteava com um pente os cabelos brancos e aguardava calmamente a sua vez para ir à casa de banho antes que... antes que quê? Antes que quê???

Ir a um lar de idosos é impressionante.
Não há uma única vez que eu saia dali bem.
Deixo para trás uma realidade que também será um dia a minha...
Penso para comigo que nunca mais verei aquele senhor de sorriso maroto, que teve um fim de vida "natural", e que naquele dia ainda soube relatar as marotices vividas ao lado do seu comparsa de banco de jardim da pequena aldeia. Marotices essas que lhe deram aquele sorriso naquele momento e que docemente recordo. Sei-o feliz. Teve uma vida feliz. Bem passada ao sol num banco de jardim. Até na morte sorriu. Dei-lhe um abraço caloroso, apertado e disse "Durma bem".
É muita estranha esta sensação de ter a certeza que será a última vez que vejo alguém que gosto muito...

12 Dezembro 2005

E assim tudo passa


Espreito para fora e aqui dentro sinto-me só.
Os acontecimentos sucedem-se muito rapidamente, mesmo que os viva de corpo e alma e intensamente...
Um dia destes uma grande amiga respondeu-me "está tudo igual, estou só uns dias mais velha". Aparentemente banal mas q "entrando" nela em fundo, vestindo-a em mim, fez muito sentido e retrata muitos dos meus dias passados - ou em velocidade, ou sem novidade ou estímulo; ou sem diferença ou criatividade. Ou. "será que o que faço desperta o melhor que há em mim ou será que sou eu que não faço para que isso aconteça?" ou simplesmente não acontece...
Entras no carro como todos os dias e pensas "porque não vais a pé?"...
Sais do trabalho e dizes boa noite.
Acordas de mais uma noite em que o teu coração bateu desenfreado e sente-lo na garganta, apertado e aos pulos. Terás sonhado com o que não conseguiste viver e enfrentar?
(Ou simplesmente sonhaste porque dormiste demais). Mas faz bem. "Limpa-te a alma".
Essa passagem, tantas vezes igual ou enfadonha à anterior, do que tu foste e entretanto vais deixando de ser, vai-se reflectindo em tudo de ti sem te aperceberes...
Desmarcas aquela conversa porque vais falar em coisas que dizes "não valerem a pena", julgas já ter esquecido e ultrapassado mas não. Auto disciplinas-te, prevês o que pensar e fazer, mas foges.
Enclausuras-te no teu cantinho, onde tudo é igual ao dia anterior, onde te julgas e sentes confortável, de tão previsível que é...onde podes ser e fazer o que quiseres. E pensas todos os dias "hoje queria falar com alguém!", e esse alguém não sabes quem é ou é então uma mistura de distâncias e pedras que perduram no sapato...ou simplesmente não te apetece falar com ninguém, egoísta ficas apenas contigo...
E assim tudo passa.
Pensas que os que amas vão envelhecendo a um ritmo impressionante e que mais cedo ou mais tarde, iminente e sempre presente, um deles adoecerá. Ou estaremos todos doentes?
De dia para dia...
Quanto à época natalícia. ..Sim, o consumismo! Consumir, andar com muitos sacos na mão e de coração mais vazio. Uma enorme confusão de cores, espaços, texturas, formas circunda-te.
Cintilar aqui e ali. "Pronto! Já está, já comprei tudo!". Parece uma obrigação...
O Natal sabe bem quando à lareira posso abraçar os que mais amo e dizer-lhes (como o faço sempre que os vejo): "gosto muito de ti!". E se a família que vive distante estiver presente, tanto melhor. Aí sim, o Natal é diferente e mais saboroso!
Ontem alguém escreveu que não queria pensar em arrependimentos mas pensar no que queria fazer no novo ano que não fizera no presente...
Falou em terminar o Doutoramento, escrever um romance...
E eu?. Pensei.
O que queres? O que pretendes para ti?
Farta de assistir à evolução alheia.
....
Os dias sucedem-se, é verdade, mas com eles (por mais que pareçam ou sejam iguais e sem novidade) surgem estes pensamentos, insistentes ou profundos, que nos levam a reflectir numa primeira fase e esperemos, não sentados, que o dia de amanhã seja um pouco diferente...
O que é verdadeiramente importante para nós? Eis a conduta. Simplista mas um bom guia, parece-me!


12 Dezembro 2005

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