Prazer de brincar
A pessoa que mais te dá atenção, por breve instantes, disse-te que devíamos ser o mais parecidos com as crianças. Pular e correr numa seara e sentir nas mãos a suavidade das espigas, ainda frescas e acabadas de nascer, dar beijinhos tímidos na ponta dos lábios e cair para trás a rir, jogar às escondidas e gritar alto "apanhei-te", dormir tão tranquilamente que não sabes bem se o que é um sonho ou a realidade, pedir-te que me contes outra vez aquela história que sempre me fez sonhar... a história de sete ratos que viviam numa bota, eles também comiam e arrumavam a casa e liam livros, eram ratos alegres e de olhos grandes... Não tenhas vergonha de nada, dizes. As crianças não têm vergonha. Sorri como elas. Dá carinho e faz um gesto amoroso como elas, como se ninguém te estivesse a ver. Sim, suja-te na terra, sim, suja a roupa com erva e resto de tomate que colheste no campo... como foste feliz podes sê-lo sempre, nunca te esqueças, diverte-te como uma criança...
Assim, puxaste o meu braço e levaste-me para onde eu não esperava. No meio da multidão fizemos milhares de caretas e fugias de mim e escondias-te, e eu encontrava-te e gritávamos bem alto um para o outro como duas crianças, e nesses encontrões pude sorrir como já não o fazia há muito tempo, talvez desde criança... fizeste-me sonhar e não sabes. Agarraste a minha mão e eu fui atrás de ti, e foi mágico. Aquilo que eu sempre quis fazer com alguém e nunca fiz: brincar como quando era criança...
Assim, puxaste o meu braço e levaste-me para onde eu não esperava. No meio da multidão fizemos milhares de caretas e fugias de mim e escondias-te, e eu encontrava-te e gritávamos bem alto um para o outro como duas crianças, e nesses encontrões pude sorrir como já não o fazia há muito tempo, talvez desde criança... fizeste-me sonhar e não sabes. Agarraste a minha mão e eu fui atrás de ti, e foi mágico. Aquilo que eu sempre quis fazer com alguém e nunca fiz: brincar como quando era criança...
30 Outubro 2006
3 comentários:
"...o anjo olhou para mim e eu baixei os olhos, fixando o olhar num ponto imaginário. Não me atrevi a olhá-la novamente, mas pouco depois estava ao meu lado sussurrando-me algo ao ouvido. Por momentos não compreendi nada. Depois percebi que me falava da sorte que eu tinha de estar perto do aquecedor. Porque raio se dirigia a mim com tanta gente naquela sala? Logo eu que desesperadamente tentava passar despercebido!... Eu não sabia mas naquela noite, há um ano atrás, eu estava a ter o meu primeiro contacto com aquela que me daria a mão nos momentos mais negros que se seguiriam, que seria um espelho para eu me ver como não me conseguia ver, que me indicaria um caminho mesmo que eu não quisesse caminhar. No seu olhar, o carinho de uma amizade, a ternura do companheirismo e a sensualidade de uma mulher com ar de criança traquina. È nesse olhar que me permito ser como sou. É esse olhar que me admira mesmo que mais ninguém perceba o porquê. Foi esse olhar que me permitiu viver novamente! Sem máscaras, sem complexos, sem medo de gritar frases melosas de apreço. O anjo continua comigo... eu mal consigo acreditar que já passou um ano! Depois de ti, nada será igual... "
De: "Nos Olhos de Eva".
"...dar beijinhos tímidos na ponta dos lábios e cair para trás a rir, jogar às escondidas e gritar alto "apanhei-te", dormir tão tranquilamente que não sabes bem se o que é um sonho ou a realidade..." Que delícia...Tão simples e tão verdadeiro...
Tu dizes e escreves tudo aquilo em que eu penso. Ainda bem que tivémos a oportunidade de sorrir juntas e sermos crianças enquanto nos apeteceu. Quando estou contigo sinto a alegria da tua presença, a paz do teu mundo, a amizade dos teus olhos, a tranquilidade do teu ser. Recordo, com saudade, a pessoa que me transmitiu a essência natural do melhor que há para sentir.
Adoro-te
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