sexta-feira, 14 de setembro de 2007




“- Para te dizer a verdade, filha, os psicanalistas metem-me medo, por ainda não ter encontrado um que tivesse sentido do humor.
- Queres dizer – perguntou a Ava, pasmada – que nunca tiveste um psicanalista?
- Tive e tenho. A Corona portátil número três. Esse tem sido o meu analista. Vou dizer-te uma coisa: embora não seja um fiel da análise, passo uma porção do tempo a matar animais e peixes para não me matar a mim. Quando um homem está em revolta contra a morte,como eu, sente prazer de se apossar de um dos atributos divinos: o poder de dar.
- Isso é profundo de mais para mim, Papá.”



Conversa entre Hemingway e Ava Gardner reproduzida no livro “Hemingway” de A.E. Hotcher

Um comentário:

Joaquim Maria Castanho disse...

O "papá" Ernesto, na realidade, foi um grande caçador, pescador, "toreiro" na bancada das Fiestas, e é sintomático do pensamento ocidental que assenta na ideia que "todos os ainmais são iguais, embora existam uns mais iguais que outros", inicialmente publicitada pelo Orwell, mas já "observada" por este, na sociedade para onde voltou com vigor redobrado. Há caminhos, é verdade, e agora o nosso, o das pessoas que pretendem edificar o mundo segundo a impressão que dele têm, por motivos de sobrevivência, logo de sustentabilidade e biodiversidade, acham que todos os animais são iguais e igualmente necessários à vida. Acho mais salutar... Só isso! Mas gostei bastante do teu blog!

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