quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008













“Fora do normal? Comer tarte de cenouras é fora do normal?”

O que é isso da realidade?
Passo pouco tempo com ela. Passo muito tempo fora dela. Demasiadas exigências todos os dias. Respondo sem envolvência nos momentos monótonos, que fazem fila para a casa de banho.
Às vezes dependem do humor do tempo. Outras vezes, em passos lentos, respiram assustados.

E porque hoje me vesti de rancor e distância.
e porque hoje
Os amigos que nos fogem sem que nos avisem.
Há também os que nos prendem sem que saibam.
Por isso,
Descalço-te.

“Tanto que eu queria agora dar-te o amor total e infantil que tinha para te dar. Racionei-o a vida inteira como a porra de um chocolate de leite - por que vivemos como se o tempo nos pertencesse infinitamente, como se pudéssemos repetir tudo de novo, como se pudéssemos alguma coisa?”

E é esta infância tardia que precisava de viver.

Tu
De costas virado para ela
E ela, segura do teu amor
E eu
Agarro os fios ténues e cintilantes deste lenço negro -
que representa os dias -
e que cobre de pernas frias -
o pescoço, o coração,
assinalando, juntos
as arbitrariedades e probabilidades deste pulsar.


Porque não avisa o maroto?

Porque dói.


andrea

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