segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Entrar no mundo dos peixes

Acho que tudo começa quando nascemos, querermos bracejar no ventre materno mas não conseguirmos. A barreira física impede-nos. Priva-nos de sair dali mas dá-nos alimento para crescer e mais tarde desejarmos ser livres e percorrer caminhos desconhecidos agradáveis inóspitos
O contacto com o mundo exterior é uma aventura, sentirmos o calor do sol, ouvirmos deliciados a música que vem do exterior. Soluçarmos de tristeza, fecharmos os olhos para dormir e talvez pensar "como será amanhã". Risos. Muitos.
Uma vez aqui, dão-nos banho, perfumam-nos o corpo de carinho e cuidado.
Surge sensação de liberdade ao podermos nadar. O mar acalma. É beleza viva.
Vou falar com alguém que conhece as suas profundezas e me disse... É como entrar para outro mundo, um mundo de silêncio. - Refere entusiasmado.
A ausência de gravidade torna o mergulho muito relaxante, é bom para o stress. Lá dentro o silêncio é total e a comunicação feita por sinais. Debaixo de água falamos todos da mesma maneira.
Debaixo de água parece que entramos noutra dimensão, totalmente diferente, sentimo-nos livres de tudo, acabamos por sentir a nível mental um relaxamento muito maior.

Há pessoas que não se conformam em ver o mundo com os pés bem assentes na terra. E insistem em mergulhar no mais fundo dos mares, num regresso às origens. Mas para chegarem ao estatuto de peixes precisam de aprender: mergulham num poço de cinco metros e ensaiam para peixes.

O mar espera estes mergulhadores.

06 Junho 2005

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