segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

"Muito, meu amor"

"(...) Quando vai acabar o nosso amor?

Vai acabar quando não estivermos à espera que acabe, sem mesmo se fazer notar. Só depois, mais tarde, quando se tenta recordar e se começa a perguntar: como foi que aconteceu? e não se consegue voltar lá, só entao se sabe que acabou o nosso amor. Vai acabar sem que saibamos. Só depois, quando já irreparável, é que ficamos a saber que há muito tempo, demasiado tempo, acabou o tempo do nosso amor, uma coisa passada. (...)


"Não vale a pena pensares nisso. Nem no fim nem no princípio. Não vale a pena sequer pensar no princípio nem no fim. Não existem sequer. O amor não tem tempo, vive sem nós. Nós é que vivemos no amor durante um tempo, num movimento do amor. Mas o amor, esse vai continuar, não tem maneira de acabar.
"(...) Estamos tão pobres de amor, meu amor. Sente-se tanto, nota-se tanto essa pobreza, esta falta, nunca tanto foi assim tanto, podes crer, meu amor~
É nesta falta, tão pobres dele, que ele cresce, tem de crescer ainda mais, acredita, meu amor.
E do que eu gosto mais em ti é dos teus defeitos, dos teus pecados, da tua mentira que odeias. Para se gostar mesmo, como eu gosto de ti, é preciso dar atenção ao de que não se gosta nada das outras vezes, mesmo nada, isso é que é gostar como eu gosto de ti, é isso, só isso, que me faz gostar de ti. (...) os teus feitos são mortais, mas os pecados, esses são só teus. E meus, se tu quiseres.
(...)Porque queres tu que os meus lábios sejam só teus?
Porque só eles são iguais aos teus.
E para que serve o amor, diz-me ja.
Serve para perder o medo."

Pedro Paixão in muito,meu amor

03 Junho 2005

Um comentário:

Anônimo disse...

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