segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Esta cidade

Estas ruas têm um cheiro próprio, cada calçada tem uma história. Os cheiros continuam iguais. As vivências passadas nesta cidade têm o sabor da eternidade. Ando pelas suas ruas, perguntam-me "can i help you", achando que a cor do meu cabelo e corpo bronzeado significa ter outra nacionalidade. Mas não! Vivi aqui 6 anos, os mais intensos de todos, em plena auto-descoberta, onde criei amizades eternas e genuínas. Continuo a vir aqui, mas não é a mesma coisa! Não sei explicar... Era estudante de Coimbra. Agora não passo de uma turista, sem as raízes que cresceram e agora permanecem no ar, sem dar flores ou frutos. Deambulo pelas ruas, os mesmo cheiros, os mesmo sítios, algumas pessoas de outrora, as mesmas rotinas... onde eu já não pertenço...
Amo esta cidade! Nela cresci, nela vivi momentos que jamais viverei. Vivi-a verdadeiramente!
O tempo limita-nos, é isso que sinto agora! Por não ter uns trocos no bolso tenho que parar de escrever.... E tinha tanto para dizer! Aí se tinha!...o sapateiro que foi arrogante porque me distraí nas compras e esqueci-me de buscar as sandálias e ainda oiço "é por isso que não se pode confiar numa mulher!" (Que raiva!), o turista que deitou um lenço de papel para o chão como se fosse um simples cabelo, as esplanadas, o rio Mondego sempre belo, reflectir sobre o tema homossexualidade e homofobia, ser feliz, ir de férias, família... Que bela tarde esta!

03 Agosto 2005

4 comentários:

Anônimo disse...

:)

Anônimo disse...

É optimo quando a sensação de "voltei a mim mesmo" nos surge...
Beijinho

Anônimo disse...

Olá amiguinha! Aqui estou eu a perfumar-te o blog, ou como quem diz, a expandir a minha veia narcisica :) Gosto muito do teu blog, tens uma facilidade de expressão cativante, és simples e profunda e sensível e fluída. Bem, nãoa quero parecer lamechas... só por curiosidade, esta cidade, que não é a dos xutos, é a Nazaré?
Bjos grandes e até breve!

P.S. Que tal correu a entrevista de que me falaste no outro dia? *

Anônimo disse...

Coimbra e uma reflexao do mondego que a percorre. De cada vez que o contemplamos parece-nos identico, belo, persitente e completamente intemporal. Porem coimbra, como as aguas do rio, e composta pelas pessoas que nela vivem, e essas mudam a cada momento, ficando apenas um leito onde ja nao reconhecemos o nosso reflexo, apesar reconhecermos para sempre o reflexo da cidade que nos viu crescer. Ficam as memorias de tempos idos que ja desaguaram ha muito...

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