Com a arma na mão
Agora que partiram, soltei um grito de alívio, um grito em silêncio em que o globo ocular se distendeu e saiu para fora. É tão bom estar sozinha...
O perfume acompanha-me a cada segundo, sinto-o, aqui mesmo debaixo do nariz, Promesse da Cacharel... divino.
Levantei o som da música e olhei de soslaio, "estarei mesmo só?", incrédula.
É por isso que se adiarmos a gratificação tudo tem o dobro do sabor. Milan Kundera falava no acaso e disse que "os momentos que acontecem por acaso são os melhores". Talvez porque não os prevíamos e assim souberam a imprevisível e a inesperado...
Não tenho a certeza se terei feito a melhor escolha. Ontem e muitas vezes, desde que me lembro, acordo a ler palavras soltas e sem nexo, todas elas estão na minha cabeça mas quando encadeadas ficam sem significado. Estarão as palavras constantemente dentro da minha cabeça? Tento interpretá-las como um músico interpreta uma pauta. Parece descabido mas quando acontece sinto-me mais rica, invadida de sabedoria e parece que adivinho o que vem a seguir...
Enfim... (para o que me haveria de dar!)
Estes dias tenho-me sentido como que "anestesiada".
O olhar das pessoas que observo continua a ser o verdadeiro "espelho das suas almas". Nunca (ou raramente) me engano. Observa-se a tristeza, a verdade e a mentira, a dor, a esperança, a saudade, o amor. Vê-se tão bem. É impossível disfarçá-las.
Oiço a MegaFm, a minha preferida.
Pouso aqui e ali o meu olhar cansado e acho engraçada a ideia de quem escreveu as suas maiores manias... Penso nas minhas...
Será a mania algo que faço todos os dias ou com muita frequência e que sei que farei para o resto da minha vida? Talvez...
As que me surgem: assoar-me logo de manhã (!!!), olhar muitas vezes para o telemóvel durante o dia, meter lápis preto nos olhos, beber pelo menos 2 litros de água/dia (a garrafa é a minha fiel companheira) fruta e iogurtes...ler, música, ler, música...
Há pouco, no meio de muitas vidas, eis que sobressai esta frase:
"Passei o meu dia de anos com uma arma na mão, o dia e noite, a olhar para a neve"...
Continuo a dizer: eu sou uma formiguinha no meio destas pessoas!
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