sexta-feira, 2 de março de 2007

Conto final

Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.

Leis feitas, estátuas vistas, odes findas –
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)


Antes do amanhecer tens um sonho que te leva para um lugar exótico e longínquo. Passeias perto do mar e sentes o calor do fim de dia a embater-te no corpo inteiro. Sentes um leve arrepio, um misto de calor e frio. O cheiro a maresia completa este cenário. Respiras bem fundo, como quando eras criança. Enches os pulmões. Expiras num só fôlego. Sentes-te. Sentas-te. Contemplas o horizonte. O pôr-do-sol. O fim do dia. O instante mais tranquilo – o fim do dia… Os tons conjugam-se harmoniosos.
Os lençóis estão lavados, perfumados e brancos. O cheiro a pão, que sai agora do forno, perfuma o ar, em cima da mesa, uma tigela com doce de figo.
Vou-te buscar retratos deste e daquele momento. Apontas e dizes “momentos felizes”. Enquanto mos mostras, vejo uma criança sorrir para mim. Olha-me e ri. Olha-me nos olhos, conquistei a sua atenção. Olhar para mim fê-la sorrir.
O meu corpo é leve, Martim. Flutuo. Respiro bem, sem formigueiros. Aproveito este instante. Em breve não estarei aqui. Recordo contigo aqueles retratos, aqueles que reproduzem o momento perfeito, o momento em que as pessoas que amavas estão a sorrir, bonitas, bem dispostas e alegres. Onde os seus olhares e feições expressam com exactidão o que as invade - a felicidade de estarmos aqui.

I

A espera silenciosa encerra os dias e noites. Cumplicidade, unicidade e perfeição. Acredito na perfeição. Se desde sempre a referiam como enfadonha, hoje posso dizer que a sinto a cada sorriso mágico que esboças, a cada passo que dou contigo, a cada vez que te encontro.
Martim, o que se destaca em ti é o teu fascinante carácter «tranquilo», o teu ar ingénuo e sonhador. Sempre te disse isso.
Mas aqui, um girassol brota de um vaso que tem forma de semente. Um girassol que foi incapaz de trepar da terra seca. Arranquei-o, tratei dele e agora está forte e vigoroso.
Observo ainda dois corpos muito negros, negro opaco, sujo e usado, nas mãos de um vendedor do Senegal. É uma estátua de madeira e assemelha-se a dois rapazes.

Eu e tu. Eu e tu, Martim.

Sinto medo de errar. Surge outra vez. Perdoas-me, meu amor?
Percorre-me a alma com suavidade. Tenho sede de ti.

Naquela esplanada da Baixa disse-te o meu primeiro nome: André.
Disse-te ainda que estive a arrumar o sótão, que todos devíamos arrumá-lo pela ordem com que sentimos. E assim arrumei as prateleiras de uma estante complexa – a vida.
E tu, Martim, falaste dos teus anéis… Os anéis que tinhas partiam-se sempre que arrumavas as compras do supermercado. Olhavas incrédulo e sentias um arrepio vazio… não fosse a restante metade desintegrar-se também. Assim, pousava-la cuidadosamente em cima da tua mesa de azulejo açoriano, como se da tua alma se tratasse: pequena, só, partida em mil pedaços, perdida.

Aqui e agora ganho coragem. Estou em casa, olho para um monte de folhas rabiscadas: apontamentos de psiquiatria. É o que diz na lombada do arquivo.
Quantos casos serão como o nosso?
Quantos, Martim?

II

Consigo sentir-me sozinho estando perto de ti. Uma solidão gritante. Um silêncio perturbador. Não estás comigo, Martim.
Falei-te que o meu actual emprego é diferente do último. Trabalho numa papelaria de bons artigos. Todos sabem e conhecem o sítio onde trabalho. Orgulho-me de lá trabalhar.
És a minha inspiração, quando decoro a montra. Todos a elogiam, talvez porque ninguém goste de fazer este trabalho. E sinceramente, não ficou nada de especial… Bajulam-me, só para que seja sempre eu a fazê-lo.
Ao contrário de mim, ninguém sabe onde tu realmente trabalhas e o que realmente fazes. Eu imagino-te num laboratório, de bata branca, a investigar física nuclear.
Outros vêem-te vaguear por estas ruas. Outros consideram-te alguém com problemas relacionados com o álcool.
Perguntas-me se tens um problema. Perguntas-me sempre isso no dia da ressaca. No dia a seguir à intoxicação pela única substância que te faz parar os pensamentos, aos que chamas, em tom inflamado: “perturbadores, malditos, insistentes!”.
Embriagas-te de ti mesmo.
Provavelmente no próximo “duelo de bebidas” (como lhe costumavas chamar), vou abandonar-te…Tal como tu te abandonas a cada vez que te embriagas e não consigo segurar o teu corpo e levar-te para casa. A cada vez que tento abrir a porta do teu prédio e não consigo (porque só tu sabes o truque) e aguardo, sentado horas a fio, pela chegada da tua sobriedade.
Olho para ti nesse instante e, por detrás dos teus óculos partidos e sujos, vejo uns olhos pequenos e míopes – os olhos de uma criança assustada a gritar: “por favor, salva-me!” (mas não o consegues dizer de tão bêbedo que estás). Vejo-te de novo cair na calçada, caído onde já te levantei vezes e vezes sem conta…
Sim, tu …perdido, outra vez.

III

Imagino a minha psicóloga sempre a sorrir. Já lhe disse que só de imaginá-la fico bem disposto. Já lhe disse que me faz sorrir.
Descrevo-lhe, em poucas palavras, os medos que tenho.
O medo de ser despedido outra vez está a ser ultrapassado. Neste emprego trabalho só com mulheres. Gosto especialmente da Constança. Usa óculos, ajuda-me e nunca a vi expressar um olhar recriminatório. Não tem olhos críticos e não mente. Aqueles olhares que a minha psicóloga diz “verem-se ao longe”, infelizmente tão usuais na sociedade terrivelmente preconceituosa em que vivemos.
Gosto de trabalhar com pessoas bem dispostas e humildes. Detesto peneiras.
Quanto ao medo de voltar a ser espancado pelo meu irmão ou pelo meu pai, disse à psicóloga que se esfuma com o passar dos dias. Saíram de casa os dois por minha causa. Dizem que sou delinquente.
As minhas duas irmãs e cunhados deixaram de me convidar para a passagem de ano e nem sequer me chamam para tirar fotografias junto deles. Estão sentados num bar atrás de mim e fingem não me conhecer. Mas a minha mãe está comigo. Vivemos os dois num apartamento de um bairro no centro da cidade. Antigamente era o bairro da droga. Agora já não e nós permanecemos lá. Só os miúdos barulhentos, após o ritual de fumar charros, perturbam o nosso sono. E o teu?
Vives tão perto de mim.
O meu medo és tu.

IV

Desenho uma flor. Não conheço nenhuma igual a esta. Insisto no seu contorno. Contemplo-a e o olhar desprende-se, fica difuso e acalmo-me. Desenho sempre uma flor. A mesma flor. A flor que nunca vi. A flor que não existe. A flor frágil, na qual vejo o teu olhar iluminado pela luz e chama de uma vela…
Aquele olhar.
Só teu.
O teu.
Naquele que dizias, só olhando para mim, como era importante para ti.
Sou feliz quando imagino o teu corpo, quando adormeces, sorris e sonhas. Vejo-te. Dormes tranquilo. Tu foste a felicidade. Sabias?

V

Na praia da ilha de Tavira reservo a mesa, que considero mais harmoniosa. Encomendo uma garrafa de champanhe doce e margaridas vermelhas perfumadas.
(Só espero que o mar traga tantas brisas quanto os meus suspiros, meu amor)
Sou irremediavelmente sensível.
Espero que gostes deste momento. Estou nervoso. Aqui faz tanto frio.
Lembrei-me de velas. Que achas de velas? Tenho milhares. Gosto de coleccioná-las. E este é o jantar das nossas vidas. Quero dar-te o melhor. Se não o fizer, vai perder-se dentro de mim.
Talvez leve a minha camisa preta. Tem a vantagem de me tornar mais elegante. Tu, preferes a azul porque é a mais discreta, dizes enquanto te vestes.
Tudo não passará de segundos vividos como se não houvesse amanhã.
Sou irremediavelmente feliz.
Quero fazer-te feliz. Basta tu quereres.

VI

Este amanhecer inspira-me e traz-me saudade de ti.
O teu amanhecer, hoje também foi diferente. Imagino-te ainda a dormir e os compromissos ficaram entregues ao sonho que tens neste instante. Acordarás um pouco desorientado, com um olho meio fechado e outro meio aberto (que lindos olhos tu tens!). Acordarás pronto para mais um dia de contactos sociais, de sorrisos, de planos, de conversas ao telefone, encontros em cafés e troca de ideias. Em certos momentos não te conheço bem (em muitos momentos, aliás). Em tempos preocupaste-me, mas essa nuvem negra foi desaparecendo e com ela aprendeste. Foste aprendendo que a vida é um bem precioso…
Ficas comigo?
O teu sorriso abre uma porta para o paraíso, o teu sorriso alegra na tristeza e dá tranquilidade à confusão. O teu sorriso é puro e verdadeiro, como a tua alma mundo que te rodeia é mais humano porque fazes parte dele, porque contribuis para a preservação da natureza e ensinas todos a fazê-lo. Adoras animais, adoras as coisas simples. Adoras um sorriso sincero e aberto. Adoras beber café e apreciar o sol a brilhar. Aprecias a arte que te envolve. Adoras focar o pormenor das expressões humanas e dar-lhe um significado. Registas com a tua companheira cúmplice máquina fotográfica, retratos da tua sensibilidade, em focos precisos de um gesto ou paisagem ou simples escaravelho a tentar procriar.
Adoras arte, adoras respirar e sentir paz.
És simplesmente doce.
Falas pouco acerca do que sentes, no entanto, és um ouvinte incondicional; ouves e ajudas, ouves e aconselhas, conselhos sábios e instintivos. A felicidade do outro é, sem dúvida, também a tua.
Fica comigo, Martim.

VII

- "Trás ingredientes para a tarte de cereja!" – disseste-me.
A agitação interior surgiu no instante em que o trabalho terminou e te telefonei. Fui ao supermercado. Antes de toda esta realidade, o desejo invadia-me a alma, o desejo de estar junto de ti. Foram alguns dias de espera silenciosa. Dia após dia. Noite após noite, encerradas pela leitura.
Aquela sensação de que "a hora está a chegar", provoca ansiedade e uma enorme vontade de aproveitar cada segundo, cada momento, cada gesto e sorriso. É como a ideia como deveríamos encarar a morte, que esta dá sentido à vida e deveria permitir-nos relativizar os problemas e a velha máxima concretiza-se aqui: a vida é bonita quando é simples. Assim, aproveitamos cada momento como se fosse a primeira vez.
(Tu sabias que era o último).
Inconscientemente festejamos o amor que nos uniu desde o primeiro olhar.
-“Tens de comprar base para a tarte, ou massa folhada ou quebrada. A que horas chegas? Queres que guarde o jantar para ti? “.
Eu observei aquele abraço através dos meus olhos verdes. Sorri abertamente. Observei-os com doçura. Abraçaram-se de forma tão forte e apaixonada que continuei a sorrir; pensei "gostam mesmo um do outro" (via-se no brilho dos vossos olhos). O abraço durou pouco para a imensidão da saudade que sentiam. Depois foi o pisar da realidade.
Subiram para jantar. Houve troca de olhares de pura admiração.
Deram uma caminhada ao sabor do luar.
-"Martim, este é o céu mais estrelado que já vi. É imenso!”, disse.

Eu aguardava-os.
Os grilos cantavam no escuro, o vento embatia suavemente nas minhas folhas. Quando me tocaram, disseram: "aqui não tem nada, temos que trepar a rede". Assim, dentro de segundos, agarraram-se a mim e conjuntamente colheram os meus frutos. Observei-os e vi-os sorrir, confidenciavam sobre as infâncias e brincadeiras comuns.

-"Estas cerejas são pequenas, muito vermelhas e saborosas".
Tirou os caroços e criou um montinho para depois o colocar sobre a base da tarte. Misturou quatro gemas, dois dl de natas, 150 gr. de açúcar e um iogurte de morango. Foi ao forno.
-"Olha ali, está tão bonita! Eles amanhã vão deliciar-se."
O sono.
O amanhecer alucinante. A rapidez de movimentos para chegar à hora marcada. Má disposição.
-" Está uma delícia, quem fez?" – perguntaram todos.
- "O André fez o recheio, eu a base", disseste com orgulho.
Naquela tarde, invadiu-nos uma plena sensação de paz. Deitados na rede, contemplei todos os teus gestos. Ri-me feliz, pousei a face na mão e sonhei.
Quis agarrar uma folha e caneta, não as encontrei, mas ficou gravado na memória.
Rapidamente o exterior deu conta de mim. Queria prolongar tal beleza…
O mau humor convertera-se em bom humor, dando lugar a abraços meigos. De imediato, os olhos vislumbravam tudo de forma mais colorida. Invadiram-nos de forma rápida e inesperada o coração e, consequentemente, a visão bonita de tudo em nosso redor. Parecia magia. É inexprimível.
Anoiteceu.
No monte estava tudo muito calmo, sereno e agradável.
A rede balançava. Ficou mais pesada com os nossos corpos.
Abri os olhos e vi flores. As estrelas. O calor da noite. Fechei os olhos e sorri feliz.
Sonho com tudo e com nada.
Que amanhecer delicioso e bem disposto! Através do silêncio, mil palavras foram ditas de encontro ao amor, de novo, outra vez.
Depois… Depois vem o contacto com paisagens virgens e nunca vistas. Flores familiares com odores que recordam as brincadeiras de quando éramos crianças. O tempo passou sem darmos conta, através de cumplicidades inconfessáveis, indescritíveis e que nos tornam tão especiais.
Já sinto a tua falta.

VIII

Abriste rápido.
Terá sido o desejo ou o nervosismo?
Olho para ti e nunca sei se estás a sorrir verdadeiramente ou se é um tique, movimento involuntário, que expressas de forma inconsciente. Quando me vês ris? Quando te vejo sorrio. Vejo em ti a espontaneidade e pureza que não tenho. As amarras, a que estou preso num quotidiano repetido, permitem-me, paralelamente ao teu sorriso aberto, sentir que hoje sou livre. Estás na minha mente. Hoje procuro inspiração em ti. Aliás, era importante que a fosses para todos. Sabes porquê? Eu digo. Ouves uma música na rádio, gostas dela e qual é o teu primeiro ímpeto? Dançar. Estejas onde estiveres, com quem estiveres; seja no consultório ou a ver o e-mail, seja a almoçar em família ou no restaurante, seja no banho ou no supermercado…danças e balanças sem fim. Vem de dentro de ti a "música do coração".Danças sem pudor, sem preconceitos, como se não houvesse mundo em teu redor. E eu?
Eu observo-te e tento acompanhar-te. Gesticulo timidamente. Olho desconfiado a multidão e penso que todos devíamos ser como tu: puro. Hoje vens um pouco triste. Meto conversa contigo e tu, encolhido, apenas olhas para mim. O que tens? – Pergunto, preocupado. Respondes que não consegues contrariar a passagem do tempo. Envoltos pelo silêncio perturbador, deixo-te reflectir. Tento entender o teu olhar. Não sei descrevê-lo. Desculpa-me. Partes sem dizer nada, e se eras libertação e espontaneidade outrora, hoje representas a prisão dos meus movimentos. Temos pouco tempo para estar aqui. É necessário este trajecto para que um dia possas entender que no teu silêncio, outrora cálido e reconfortante, existem agora palavras sem eco, sem sentido, confusas. Deixaste-me. Deixaste-me aqui, preso ao tempo de ilusões sem cor. Deixaste o teu rasto e energia. Eras incansável. Sabias?
Onde estás?
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
É este o som que dizias ouvir sem fim dentro de ti e que, a cada passo que davas, querias pará-lo. Dizias-me em agonia que, dia após dia, estavas farto de tudo… e que tudo tinha um fim… e que nada era eterno…e que a morte era a tua vida…Estás a tremer.
- "Acabou" – dizes-me Deixaste de me ouvir e agora está tudo mais calmo.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Ecoam em ti os ponteiros da vida. Na brevidade de mais um momento, toco na tua garganta e sinto o teu coração bater mais lento (como o ponteiro dos segundos) e nesse segundo, nesse preciso segundo parou...


Antes de morrer, sussurraste ao meu ouvido, muito baixinho: - "Ouvi dizer que a morte está escondida nos relógios, André".

Eva Jasmim


09 Novembro 2006

3 comentários:

Anônimo disse...

Querida, muito sinceramente, é-me extremamente difícil ler o texto sem me emocionar, muito mesmo. Quiçá parte de mim exista num destes personagens. Não me espantaria que o concurso fosse teu! por mais que me digas que achas que não está suficientemente bom, não posso deixar de afirmar que te enganas com a tua humildade. Está muito bom, e eu não esperaria outra coisa de alguém com a tua sensibilidade. Os retrógrados poderão escandalizar-se, mas isso já ultrapassa o teu papel. Se incomodas, melhor! É sinal que nas tuas mãos as palavras têm alma, e não haverá espaço para a indiferença. Mais um passinho na direcção certa. Mais um início prometedor, ou eu provavelmente não estaria como estou... encantado!

Anônimo disse...

Gostei muito, muito mesmo. Adorei o ritmo e a tua maneira de terminar cada capítulo. O final é muito comovente, chega até a perturbar-me. Dizes que enviaste o conto para um concurso? O que acharam? Já sabes os resultados? Independentemente de quais sejam o texto está muito bom. :) Não pares de escrever.

Anônimo disse...

Doce,
Sempre admirei a tua tranquilidade.
Muitas vezes cheguei a desejá-la para mim.
Como nunca a conseguir infiltrar na minha vida, fui sempre saboreando a tua.
Á medida que ia lendo, imaginei-te sentada e quieta. Tenho a certeza que olhaste muita vez para o horizonte enquanto colorias as palavras, a teu jeito.
Incrível. Mais do que sensibilidade e prazer, estas palavras brotam magia.
Muito bem, querida. Gostei sinceramente. Espero que as tuas palavras voem ainda mais alto. Eu sei que assim será.
Abraços e ternura, Filipa.

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