quinta-feira, 1 de março de 2007

...perdas necessárias

"As perdas são partes da vida. As perdas são necessárias porque para crescer temos de perder, não só pela morte, mas também por abandono, pela desistência.
Em qualquer idade, perder é difícil e doloroso, mas só através de nossas perdas nos tornamos seres humanos plenamente desenvolvidos.
As pessoas que somos e a vida que vivemos são determinadas, de uma forma ou outra, pelas nossas experiências de perda. Esta compreensão ajuda a ampliar o campo de nossas escolhas e possibilidades.
Todos nós, em princípio, lutamos contra as perdas, mas as perdas são universais, inexoráveis e muito abrangentes em nossas vidas.
E nossas perdas incluem não apenas separações e abandonos, mas também a perda consciente ou inconsciente, de sonhos românticos, ilusões de segurança, expectativas irreais e outras.
As perdas que enfrentamos ao longo da vida, e das quais não podemos fugir são:
- Que o amor dos nossos pais não é só nosso.
- Que os nossos pais nos vão deixar, e que nós vamos deixá-los.
- Que por mais sábio, belo e encantador que alguém seja ninguém tem assegurado casar e " ser feliz para sempre".
- Que temos de aceitar - em nós mesmos e nos outros - um misto de amor e ódio, de bem e de mal.
- Que tudo nesta vida é implacavelmente efémero.
- Que estamos neste mundo essencialmente por nossa conta.
- Que somos completamente incapazes de oferecer a nós mesmos ou aos que amamos, qualquer forma de protecção contra a dor e contra as perdas necessárias.
- Que as nossas opções são limitadas pela nossa anatomia e pelo nosso potencial.
- Que as nossas acções são influenciadas pelo sentimento de culpa incutido em nós pela educação que recebemos.
Examinar estas perdas permite aceitar e modelar melhor os factos da nossa vida. Começar a perceber como as nossas perdas moldaram e moldam as nossas vidas pode ser o começo de uma vida mais promissora e Feliz. "

Judith Viorst

17 Fevereiro 2006

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