segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
o amor também se gasta
Suponho que seja o único caminho a seguir, voltar atrás e destruir o que ainda resta de nós. Porque só assim podemos esquecer, só assim podemos largar. Só assim poderemos alguma vez parar de nos procurar numa ausência preenchida de sentimentos ainda por esgotar – o amor também se gasta. Suponho que o único caminho seja gastarmos o que resta desse amor que tem que acabar. Sempre com a certeza que será a última vez, que tem os dias contados. Com a capacidade de entender que durará apenas até o amor se gastar de vez. Que ainda que possa parecer que tudo está bem outra vez, tudo voltará ao mesmo mais dia, menos dia.
O fim tem sabor de sequela. A dor ainda é demasiada para a vivermos separados, pareceu tudo de repente, não pareceu? O coração não aguenta, as mãos insistem em estender-se sobre a mesa procurando-se. Há toda uma necessidade de resistir a mais impulsos que aqueles a que é possível resistir. E nas palavras (poucas) que trocamos descaímo-nos sempre para aqueles nomes carinhosos e parvos porque nos tratámos. Tínhamos tantos planos, tantas coisas para viver, que ainda não é possível fugirmos disso. Ainda não é possível fazermos outros planos. Considerar outras pessoas que não a nós. Nem que seja por vingança, de nunca vires a ter ninguém como eu. Suponho que o único caminho seja esse. Destruir tudo o que (ainda) temos, para nunca mais voltarmos sequer a olhar-nos, para podermos seguir em paz.
Pedro Guerra #
Publicado por Eva Jasmim às sexta-feira, janeiro 25, 2008 0 comentários
E já não és senão como te sinto.
constantino cavafy
a cama como refúgio
num colchão vestido de inverno
os lençóis a oferecer regaço ao corpo
a cor do quarto é feita de palavras engasgadas na garganta
a tua respiração ainda se sente nas roupas que te esperam nas cadeiras
e apesar do sono talvez gostar de ausências
porque não abres a porta? é tudo o que me falta para as palavras deixarem de ser pele
Maria Sousa
Publicado por Eva Jasmim às sexta-feira, janeiro 25, 2008 0 comentários
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Para ti. Vendavais de silêncios. Ressoam nos ramos de sobreiros junto ao rio, repetem-se em noites altas sem lua. Uma mordaça. Uma voz. E fantasmas aqui e ali, sem que saibas. A história de uma inexistência imaginada, presa ao ardor e calor de um coração que arrefece e aquece - de novo arrefece aquece, esquece, perdoa, revive, perde, inventa. O quê? O que dizias? Não ouvi. Podes repetir? Por favor. Estava a dizer-te que a lua está tão perto do rio. E, às vezes, de nós. Há amor de pele. Amor de olhos. Amor de corpo e sangue bem quente. De cheiro intenso. Que mata. Que nada faz contente. Amor tão certo que acaba de vez. É acabar num amor igual e começar um amor diferente. Sempre. Para sempre. Para sempre. Latejar dentro de uma gruta. Explosão indómita. Agressão ensurdecedora. Tudo isto e nada disto. Custa assim e assado. Custa. E basta. Porque esta melodia fez sentido - e deu sentido - a milhares de quilómetros de caminhos, e hoje não? Foram fases. E a música era cúmplice. A única. Um ano. Agora. Ouvi-la leva-me ao início. Hoje vem e vai. Era um espectáculo que querias ver implodir. Como se o ditame da vida pudesse estar nas linhas de uma mão. Levou-te para um futuro que jamais podias prever. O que acontece hoje não tem condições exactas, nem fórmulas, quais linhas da sorte, futuro e amor? As linhas trilharam-se sem a tua mão.
Nas tuas mãos. Tuas. Deixa que vá. Deixa que entre. Rumo?
Esquecer a mágoa.
Mas não foi. O que nunca foi. Não basta querer.
Quão mais arrojado o desejo mais difícil, mas é isso que é viver: ousar. A face entre as duas mãos, desatentas, e lentamente, finjo que entendo “não basta querer”… Prevejo que isto se adquira desde criança. Blá blá blá. Conversa de psicólogos. Ironizamos para compreender. O doce, por vezes amargo, é doce. Depois perde o sentido. Deixa de encaixar na solidão – saborosa e é desespero, e cigarros. O aperto. As pantufas lado a lado. Os bolos que tens ali. Os domingos e filmes no cobertor. O olhar-querer. O ombro. “Estás bem?” e o mundo parou.
Esconde o teu sorriso. Gostava que fosses “entre-aspas”, para não ter que te dizer como nunca serás e que não se pode tocar com os lábios.
Publicado por Eva Jasmim às quarta-feira, janeiro 16, 2008 1 comentários
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Que lógica há neste discorrer caótico que me liga a ti, que me faz procurar-te no verde cruel desta Primavera falsa?
4. Há tantas coisas que nunca te disse - e dizias tu que eu falava de mais. Flutuo por este noante em busca dessas palavras a menos, atravessadas entre nós como um longo corredor de prisão
Éramos muito novos, sabíamos tudo. Achávamos que a vida era uma instalação multimedia, erguida pelas nossas mãos para a nossa glória. Acreditávamos nos percursos pessoais. E olha para mim agora. Não me vês, claro, provavelmente estás já a esquecer a cor da minha pele, as minhas cicatrizes arrefecidas. Estou perto de ti, sobre o tecto da tua casa, abaixo da linha onírica dos aviões, nesse rascunho de nuvens de onde se alcança uma reduzida visão de conjunto. Posso ver-te a ti, aos teus vizinhos, à tua rua. Posso escolher as ruas que quiser - todas serão iguais, porque eu não estou lá.
Publicado por Eva Jasmim às sexta-feira, janeiro 11, 2008 0 comentários
A tristeza tem uma grande vantagem: não precisa de mais ninguém. A felicidade não. É uma chatice. Exige ser partilhada, o que se torna complicado quando não há ninguém por perto. E depois aparece uma angústia que se consome a si mesma. A felicidade faz-se solidão.E depois há todo um preconceito contra a tristeza. Que não se deve sentir, que se deve excomungar quanto antes. Mas talvez, só talvez, a tristeza deva ser vivida com a mesma intensidade que qualquer outra emoção. O doce não é tão doce sem o amargo, ou qualquer coisa que o valha. Tem um encanto que hipnotiza, a sedução de uma música a condizer. E a derradeira beleza das coisas não é senão uma faca que se crava no coração.Assim como assim, acaba sempre em lágrimas. De felicidade. De tristeza. Tanto faz.
Publicado por Eva Jasmim às sexta-feira, janeiro 11, 2008 0 comentários
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Ao fim são muito poucas as palavras
que nos doem a sério e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
São também muito poucas as pessoas
que tocam o nosso coração e menos
ainda as que o tocam muito tempo.
E ao fim são pouquíssimas as coisas
que em nossa vida a sério nos importam:
poder amar alguém, sermos amados
e não morrer depois dos nossos filhos.
Publicado por Eva Jasmim às quinta-feira, janeiro 10, 2008 0 comentários
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
eu pelos outros
Fascinante e fascinada
Sensível
Corajosa
Espiritualmente daltónica – ver diferente das outras pessoas – visão floreada
Que compreende
Que gosta dos mesmos filmes que eu
Que aprecia o que escrevo
Que me apresenta novos livros
Atrevida – atrevidez tímida
Que já aturou coisas que nem a minha mãe aturaria
As coisas más, em tempos tiveste, actualmente acho-as naturais… porque hoje és minha amiga e antes eras namorada.
…………
I like the way you talk
Your face
Your eyes
Your skin
Your smile
Your behavior…
………….
Publicado por Eva Jasmim às sexta-feira, janeiro 04, 2008 2 comentários
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Dia mais feliz (e tal com disseste): Muitos. Se calhar porque - e ainda bem - consigo ficar imensamente feliz com quase nada.
- Maria do Rosário Pedreira -
Publicado por Eva Jasmim às quinta-feira, janeiro 03, 2008 1 comentários
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- Eva Jasmim
- Imensamente feliz...
(passa)do
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