terça-feira, 29 de dezembro de 2009

há 4 anos atrás era assim... coisas com sabor a ano velho

Bom!
Há quem diga: "por que raio" desejamos bom ano a quem não conhecemos de lado algum?".
Há quem diga que é uma parvoíce mas a verdade é que até a personagem mais contida, reservada ou antipática, espalha, aqui e ali, palavras e olhares de esperança e mundo novo, dizendo em voz tímida à senhora da loja de decoração "um bom ano para si".
Haverá neste comportamento o desejo de exteriorizar que está tudo tão mal que temos que espalhar a alegria que não sentimos ("a ver se isto melhora")? Desejar aos outros aquilo que queremos para nós? Desejar para ouvirmos a retribuição ainda mais calorosa? Ou fica bem dizê-lo?
Ou então por simpatia? Alegria? Boa disposição? Esperança? Desejo de melhoria para nós, para os outros, para o País e para o Mundo? Todos cheios de bons sentimentos...
Basta sair de casa para apreciar que muitos deambulam de cabeça baixa, questionando as pedras da calçada "Como vai ser? Estou perdido". Por si passam outros tantos. Uns de gabardina Massimo Dutti outros com um casaco oferecido pela vizinha do 4ªandar (que sabe que vivemos em miséria extrema)...
Esta consciência social, senhora! Todos dizem o mesmo e ninguém (incluindo eu) faz nada!
O nosso quintalinho e jardinzinho arranjado (para quem o tem), a dispensa semanalmente abastecida (para quem come), o carro estacionadinho, de preferência à porta de casa (para quem tem), os filhos que gritam e que de dia para dia, de tão "domesticados" e ensinados "que isso é feio" deixam de gritar. É um silêncio agradável para os vizinhos e para em qualquer momento, estão sentados à mesa do café e alguém histérico lhes diz "Estás tão bem comportadinho Joãzinho Maria!". Os pais sorriem contentes ao comportamento (artificial) do seu filho prodígio. Já sabe estar sentado à mesa sem falar. Nunca fala. "Que bom, aprendeu a lição", pensam os pais. Esquecendo-se, como diria alguém" as crianças têm os olhos nas pontas dos dedos". É que hoje em dia as crianças não se sujam, "é feio". (Quanto mais uma crianças estiver suja mais simboliza que brincou, descobriu, conviveu e cresceu! não?)
É verdade, falávamos do ano novo.
Perguntam-me e eu digo "Novo ano, a vida na mesma". Mas é isso mesmo, para quê exteriorizar imensa felicidade se a única coisa que mudou foi um dia no calendário?
Eu sei. Eu sei que até vale a pena imaginarmos que está tudo magnífico e que tudo correrá como nos desejam (naquelas mensagens todas iguais, cópia da cópia do outro que nos enviou e que envio com o nome de outro porque nem reparei que trazia nome de outro no fim, e que até tem umas palavras engraçadas e decidimos enviar à extensa lista de pessoas a quem durante o ano não dissemos patavina).
A verdade é que vem um novo ano e muitos problemas existem do ano que passou. Os quais ainda não resolvemos e adiamos, adiamos, à espera que se resolvam por si mesmos!!! À espera que se dissolvam como uma bola de sabão que em contacto com a atmosfera, instantaneamente desaparece! Que ilusão...
No outro dia alguém disse que não gosta de nada com hora marcada. Eu concordo.


Um bom Ano para todos! :)

Um comentário:

Unknown disse...

Vivemos o dia a dia sem dar por conta do que realmente andamos a fazer... Interessante!
Leio dois ou três paragrafos e dou por mim a dar razão aos teus pensamentos e revejo os erros, as emoções e as faltas que cometo para com os que me rodeiam... Principalmente quem mais amo!

Obrigada amiga sabe muito bem ser chamada à razão, mesmo sem ser essa a intenção!!!!

saudades pi

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