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Os lençóis lavados, perfumados e brancos. Acordas com o cheirinho a pão que saíu agora do forno e em cima da mesa uma tigela com doce de figo.
Vou-te buscar retratos deste e daquele momento. Apontas e dizes “momentos felizes”. Enquanto me mostras, vejo uma criança sorrir para mim. Olha-me e ri. Olha-me nos olhos, conquistei a sua atenção. Olhar para mim fê-la sorrir. Elas que têm "os olhos nas pontas dos dedos"!, digo-te fragilizada.
O meu corpo é leve. Flutuo. Respiro bem, sem formigueiros. Aproveito este instante. Em breve não estarei aqui. Recordo contigo aqueles retratos, aqueles que reproduzem o momento perfeito, o momento em que as pessoas que amas estão a sorrir, bonitas, bem dispostas e alegres. Onde os seus olhares e feições expressam com exactidão o que as invade - a felicidade de estarmos aqui.
10 Outubro 2005
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