segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Negro claro

Sozinha. Aparentemente. Surgem vozes que não ouves mas que incomodam. Perguntas triviais, sabias?
É uma hora tranquila, apesar do turbilhão que te invade e de todos os que admiras se encontrarem longe de ti. Hoje sinto-te triste, estás?
Ouves o som da guitarra que um amigo teu improvisa, te dedica, mas não fala, apenas interpreta. É belo esse instante. Há amigos que te surpreendem verdadeiramente. Canta de forma melódica. Sentes que se liberta a cada nota, a cada palavra que entoa. É um momento doce. Sinto mesmo que estás a gostar. Porque sorris, consigo perfeitamente imaginar-te. Não pode acabar, não pode, continua. É bom sentires que está perto, que a voz é doce e melódica.
Lá fora já não tens dia, nem entardecer, apenas noite, ela que te leva a casa, que te vê baixar os olhos porque estás triste ou porque estás "alguma coisa" e não sabes definir bem o quê. Há dias assim, não é? Há dias em que quase não sentes nada de especial, andas, movimentas-te, porque tem que ser. Sentes-te pesado. Tudo disperso em ti. Sentes-te quente.
Perderam-se as ideias, mas é nesse encaixe que há magia em ti. Escreves porque aqueles dedos dão dinâmica ao que pensas. Parece incoerência, nem tu consegues decifrar, sabes apenas que ele é negro claro. Patetice, não achas?
Deixa lá, ela sente-se bem depois de te dizer, escrevendo.
Uma das maravilhas da vida é poder jogar com as palavras, dar-lhes corpo, com, de preferência sem sentido, ou ter duplo sentido, em que a mensagem chega a cada um de nós de forma diferente.
Espero que gostem.
Para ti!
Para mim!

07 Julho 2005

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