terça-feira, 31 de julho de 2007
todos te sorriem apenas porque tens um grau de parentesco com alguém. esse alguém, é também ele um hipócrita. e se te sorrimos, somos como ele, como tu: hipócritas.
será que não te apercebes de que todos os sorrisos são iguais? ou por serem "tão iguais", tão cópias uns dos outros, não te permite (ou tanto-te-faz) perceber que de nada têm de verdadeiro?
também eu te sorrio... que vergonha... talvez porque te vejo sempre numa hora de descontracção. mas os outros sorriem-te como hipócritas engraxadores. mas porque raio escrevo sobre ti? talvez porque representas tantos outros: que se acham importantes só porque são isto ou aquilo, não te iludas: não passas de mais um/a cheio/a de vaidades e arrogâncias...
que lamentável é, serem gentis connosco só porque te achas importante...
isto cria-te, indubitavelmente, dormência: de sentimentos (falsos), de parecer o que não é...
e os culpados somos nós: que te sorrimos porque somos, tal como tu: hipócritas bajuladores.
Eu nunca te sorri com sinceridade, em mim não viste olhos brilhantes de admiração.
Os meus olhos são a minha alma.
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sexta-feira, 20 de julho de 2007
Nunca são as coisas mais simples que aparecem
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terça-feira, 17 de julho de 2007
nascer diferente
"Gosto muito de ajudar o próximo, preocupo-me sempre mais pela dor e necessidades do meu próximo do que comigo, quando eu consigo ver a força de vontade de tantas outras pessoas que sofrem mais do que eu, e que me ajudam tanto a enfrentar a minha deficiência, sinto que a minha verdadeira alegria é dar alegria aos outros, isso ajuda-me a enfrentar o meu problema físico, pensar só em nós não é viver."
Rosa, e eu que pensava que não podiam haver pessoas que "sofrem mais que tu"...
Obrigada por existires!
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quinta-feira, 12 de julho de 2007
Deixaste, em cima da mesa, um anel prateado – e pelo que contei nele – trinta e sete letras e nenhuma forma a palavra que conheço, que quero encontrar e que me leve ao decifrar do porquê do teu corpo junto a um balde ainda molhado e meticulosamente arrumado por ti…
Vasculho os teus livros (tantos). Caem deles recortes de imagens e rostos com cores – tanta vida aqui espelhada – bilhetes de concertos que não foste e que pedias ao teu primo Óscar. Tinhas todos.
Do chão agarro uma mortalha enrugada, que quase não parece uma mortalha.
E nestes livros.
(Tantos)
Tento encontrar-te
Um sinal
Terás deixado dentro deles o motivo da tua morte? Uma frase? Um desenho? Um pensamento sublinhado? Uma folha rasgada sob fúria?
Procuro-te, “com uma dispersão de pardal”, em cada frase, em cada palavra riscada, em cada flor e sorriso que desenhaste aliados ao sentido de todas as ideias que te faziam sorrir, por dentro, sem que ninguém soubesse, sem que ninguém desse conta.
(talvez nessa alegria - que não tinhas – adivinhe o desejo da tua morte)
“Ás vezes, como agora, é assim: ponho-me diante do papel e não sai nada, as palavras recusam-se, as coisas que andam na minha cabeça não se fixam nem descem para a mão, e vai daí continuo sentado, à espera, neste trabalho de paciência, a ver quem é mais teimoso, se a minha cabeça, se eu.”
Nada me leva à razão de te perder. Nada.
Continuo a procurar-te por entrelinhas traiçoeiras e sinuosas.
… E encontro as tuas paixões: a botânica, o mar, os tubarões, as orquídeas, as casas de banho com música e café. Encontro-te, como sempre: apaixonada, simples, de humor flutuante. Tão simples que me assustavas.
Eu, raramente soube sê-lo, era um esforço que fazia (porque só assim te podia ter junto a mim)
Fingindo ser eu
Ligo à única pessoa que amas. Disse-lhe que deixaste um poema de duas linhas (quase) simétricas – a longevidade da tua dor demarcada ali – tão real, tão dilacerante
Duas simples frases
Simplesmente tuas
Unicamente duas simples frases
Tão simples como tu
“Por ser tua
Deixarei de ser”
Publicado por Eva Jasmim às quinta-feira, julho 12, 2007 1 comentários
sexta-feira, 6 de julho de 2007
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